quinta-feira, 26 de março de 2015

Um dia quem sabe..

    Talvez em algum dia eu acorde bem devagar, enquanto as minhas pálpebras se abrem, a luz vai dando vida aos objetos lentamente, vou olhando ao redor e aos poucos começo a perceber os móveis da casa , não, não existem paredes é tudo apenas um cômodo só e estou deitado de lado no sofá, deve ter sido um breve cochilo ou quem sabe o despertar de um longo sono repleto de pesadelos. 
    Olho para as janelas abertas e consigo ver o mar, com o barulho das ondas sussurrando ao meu ouvido, vendo o movimento das cortinas com o sopro do vento consigo ter uma ideia da minha grande paz de espírito. Será que estou sonhando? sinto minha alma sorrindo, coloco um pé no chão para ver se é realidade, sinto cócegas nos meus pés assim que eles tocam o tapete macio que esta sobre o chão, vou caminhando até a mesa de centro que está próxima a uma grande porta-janela de vidro, olho para a direita e me vejo no espelho; Estou vestindo uma camisa azul claro e uma bermuda branca de sarja, com o cabelo todo bagunçado com cara de quem recentemente acordou. Me volto para a esquerda vejo uma bancada e logo atrás uma cozinha, é tudo tão claro, a casa é quase toda de vidro.
    Olho para trás onde eu estava e vejo que acima existe um mezanino que só pode ter acesso se passado por uma linda escada de madeira que está a minha direita, lá não está tão claro consigo ver cortinas daqui de baixo, são cortinas de cor creme que deixam o ambiente leve e suave, será que devo subir? Depois pois existe um sol lá fora que me chama para sair, me viro a frente onde esta a grande porta-janela de vidro que esta meio aberta por onde entra uma leve brisa que faz com que as cortinas se mexam; coloco o pé para fora da porta, existe uma deque de madeira com uma rede pendurada, caminho mais um pouco e o que eu achava ser o sol é uma luz muito mais forte que ele, e essa luz me chama e começo a sentir que é ela que me faz me sentir bem, que faz eu me sentir leve.
    Saio do deque lentamente, e desço dois degraus e diretamente já estou na areia. A luz esta ao fundo do mar, vou caminhando em direção à ela sentindo a areia de uma forma tão real passando entre meus dedos e massageando meus pés. Existem coqueiros que tremulam em direção ao vento, existem poucas nuvens e elas tem formato suave. Continuo me dirigindo ao mar para encontrar a luz, até que a água começa a tocar meus pés, e não consigo mais resistir, meus joelhos tocam ao chão e o que eu consigo é apenas agradecer.